terça-feira, 7 de julho de 2020

Conforme prometemos, segue a resenha do livro incrível de Agatha Christie "Assassinato no campo de golfe", em um relançamento lindo da Globo Livros!📖🥰
Você pode adquirir o livro em nosso site:
Ao terminar a leitura de mais um livro de Agatha Christie, mesmo que seja o seu primeiro, você logo entende o motivo pelo qual ela é conhecida como a dama do crime. Com mais de 4 bilhões de exemplares vendidos de suas obras, Agatha só perde, em vendas, para a Bíblia e para Shakespeare. Mais um de seus grandes sucessos, o livro “Assassinato no campo de golfe” é uma obra-prima do gênero policial, principalmente se considerarmos a data em que foi escrita, 1923.
Sendo o terceiro livro da autora e tendo se passado quase 100 anos de sua primeira publicação, essa obra poderia ter sido escrita hoje, já que a brilhante história, vivida pelo emblemático detetive Hercule Poirot e seu companheiro Hastings, é de tirar o fôlego do leitor. O mistério começa quando Poirot recebe um pedido de ajuda vindo da França, de um milionário chamado Renauld. Chegando à França, encontra seu contratante morto. A partir daí, inicia-se uma investigação, na qual Poirot, com seu ar de superioridade e seu indiscutível carisma, vai desvendando todos os detalhes do crime e surpreendendo todos no final, como sempre. A genialidade da autora é tão grande, que nós, leitores, somos induzidos a acreditar em, pelo menos, quatro desfechos diferentes para a história.
Os leitores mais atentos percebem, também, na narrativa de Agatha, uma crítica à ideia que se tinha de como deveria agir uma mulher, na época. Em uma das passagens, a personagem Cinderela diz à Hastings, o narrador, que a ideia que ele tem de uma mulher é de alguém que se senta em uma cadeira e grita quando vê um rato e diz que pensar dessa forma é pré-histórico. Vemos, nesse trecho e em vários outros da obra, uma crítica à ideia da mulher submissa e passiva, estereótipo feminino esperado na época.
Agatha Christie vai além: ela consegue emplacar uma detetive mulher, Miss Marple, para contrapor a Hercule Poirot, numa época em que o cenário policial era dominado pelos homens. No final, ler Agatha Christie sempre vale a pena e se revela um grande presente, seja pelo mistério das histórias, que fazem com que o leitor não tire os olhos do livro até chegar ao final, seja pelas pitadas de críticas ao machismo, que, muitas vezes, passam despercebidas em sua obra, mas que são extremamente relevantes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário